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Ode aos nordestinos

Luciano Lima de Oliveira

Brasil



A mão impiedosa da miséria
Tapa minha boca.
Já não consigo respirar.
A dor é profunda,
O grito envolvente.
Mas tu não sabes.
Mas tu não sentes
Minha miséria é latente,
Chocolate recheado com alfinim.
É doce, doce de coco,
 Cacau das matas daqui.
Sobrevivo do pouco,
Com pouco eu sofro.
Se saio daqui, para onde partir ?
 Não sabes o que sinto,
Teu ventre é de ouro,
Tuas sandálias de sola,
É couro, é couro daqui.
Mas, por favor,
Não sinta a miséria,
A miséria ardente
Que espera por ti!
Minha terra tem palmeiras
Onde não canta o sabiá.
As aves que aqui gorjeiam
São urubus em bacanal.
Minhas praias são mais quentes
Mais quentes do que as de lá.
Nas férias me animo
Curto miséria até me danar.
Como do peixe,
 Da nata que fazem cá.
Além do mais miséria,
Para quê, se tenho iates, carros do ano, uísque,
Mansão, dinheiro para gastar?
Na praia eu vivo,
As sobras dos coqueirais
Mas na verdade, não minto,
É do peixe estragado,
Da água contaminada
Que sobrevivo.
Mas tu não sabes...
Mas tu não sentes...
Minha miséria é latente:
É marca que trago daqui.

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