Ao final das compras de sábado e com o estômago vazio, a imagem da lasanha no panfleto era convidativa. O cartaz mostrava-a recém saÃda do forno, ou seja, quentinha e derretendo-se toda.O molho de tomate misturado à queles temperos e condimentos me aguçava cada vez mais a gula.Fui ao restaurante saboreá-la.
Ao chegar lá, a moça olhando-me estupidamente, e eu também não sabia o que falar: a imagem da lasanha calava-me. Por fim pronunciei algumas sÃlabas guturais: “que-la-anha”. A moça prontamente me atendeu. Antes a tinha visto exposta no balcão à entrada do restaurante.Aquela imagem: uma lasanha completa, inteirinha, coberta com uma também completa camada de queijo e outra posterior de presunto.Ao redor, grande quantidade de condimentos que não sabia e ainda não sei o nome.Já a degustando, comprovei a verdade da asserção que diz que a digestão começa com a apreciação: a mesma sensação de quando eu estava próximo ao panfleto; o prazer de mastigar o que é duro, atenuando-o com o contrário, o molho, que, aliás, não estava nada frio.
Terminada a última garfada, a sensação de prazer saciado, alegria satisfeita pelo paladar, intercalado apenas por um silencioso arroto proveniente da digestão.Sim, era chegado o fim do banquete.Desejar, imaginar, ver e comer, todos esses sentimentos e sentidos, aguçados naquele saboroso prato de sábado: lasanha.